sábado, 5 de junho de 2010

Sai de Cena...

Sai de cena


Vai louco,
Vai loucamente louco,
Vai severamente embrulhado na emoção de um louco,
Abre-se o pano,
Recolhe-se a cortina, acende-se luzes,
Perdoa-me!
Nada fiz, senão fugir,
Nada faço senão sentir a distância de uma guerra, que foi minha,
Parti num dia cinza, regresso dum dia suão, na íris dos teus olhos.
Espero-te com o papel do costume,
Sofro-te, adormecido nos teus braços naquela cama de Paris.
Sai,
Livra-me destas palavras, desta dor e rancor que me prende aqui,
Faz-me crer que um mundo, não e mais que um distúrbio de uma doença rara.
Faz-me acreditar que outrora eu já soube amar,
Faz-me duvidar de que eu não sou este.
Oh Meu Deus eu quero amar!
Rasgo saudade toda a hora,
Devoro-te nos sentidos de um esquecimento que fujo fugaz de não te ter… aqui.
Abre o livro, beija em Eiffel ou em toujours de não saber quem sou,
Dá-me a mão no escuro porque eu tenho medo,
Agarra-me de mansinho porque eu já não sei amar,
Junta-te ao meu peito,
Porque um dia sonhei moldar laços, entre grinaldas e véus brancos,
Num esvoaçar de pétalas e pó de arroz ao qual libertavas sorrisos.
Sai de cena… meu amor.
Sai de cena quem não sabe actuar,
Sai de cena porque eu não sei mentir, não sei enganar;
Sai de cena… como um Zé, uma Maria,
Como a verdade da mentira,
Que nos solta nos bafos de uma lúcida mancha no teu vestido branco,
E a mancha de sangue que me deita no chão ao saber que…
Ao saber que…
Fica comigo mais uma vez,
Só mais um minuto,
Um segundo do teu respirar, um leve olhar,
Até eu fechar os olhos, suspirando fundo,
No meu palco… no teu sonho;
Estás-me a ouvir?
É este o fim?
Louco,
Divinamente louco,
Baixo os panos,
Fecho a cortina num adeus em tom de regresso,
E permito-me docemente, reconhecer meu corpo na terra,
Em vénia na íris em que sol se põe e lua se enche,
Antes que pestanejo… antes dum sim,
In loco amour, acabado,
Dou-te um pedaço de mim;
Choro,
Em ventos Homem disse:
“Um dia eu voltarei… como quando ventos voam, como quando ventos poisam,
A cada esquina, o sorriso que nesse dia te dei… o abraço que te fiz sentir… no beijo que não te neguei… e aquele avião caiu… porque vou onde o vento me leva… e paro quando o vento urge”
Aconchego-me uma ultima vez,
Fecho os olhos confiante que recebes-te voluptuosas,
Heranças de um ser majestade pelas trevas de uma maldição,
Que não descansou no infernus do paraíso,
Foi anjo negro, aos teus pés,
Para que pudesses pousar, no meu corpo,
Dando-te a minha alma, como te prometi.
No fim…

5 de Junho de 2010
Vitor Zarro

Mensagens de...

Mensagens de…

As palavras cruzavam-se,

Eu lia-te pensamentos, tu respondias,

Cada passo como se nada fosse, e tudo já era,

A mim me mentias a ti te enganavas…

Mas num bater de teclas,

O mundo te pertencia.

Digito-te caracteres, ao qual tu respondes sobre aquilo que eu imaginei,

Aquilo que tu omites:

“… Não te rejeitei… estou a ouvir a tua música”.

Foi som aos meus sonhos, nos segundos em que me repassava,

E dava passos atrás, tu dizias:

“Vitor, não te escondas agora…”

Galvanizava os cardumes de sangue em mim,

Remodelava o meu quarto com os berros de uma noite perfeita,

Em que carinhosamente tratas-te:

“Nunca nos chamamos tantos nomes e à frente de toda a gente, com tudo o que isso tem de cómico… e no final ficamos juntos e unidos.”

Nem eu saberia descrever tão eterno,

Tão doce o bailar das luzes de uma noite, feliz na infelicidade,

Ao qual dirigis-te naquilo que mais eu sofro…

“Eu percebi que nunca te sentis-te realmente amado…”

Não foi preciso ouvir mais,

Com tão pouco pegas-te nos meus remos e atravessas-te,

Um deserto,

Onde ninguém pára pra entender, o que eu sinto…

Mas…

“Senti que fugias…”

Tinhas razão,

Fugi do que hoje sei, e do que ontem podia ter feito,

E o amanhã sei que não o farei.

Mas nem sempre sorri triste, e algures rumei ao teu dom,

Fiz-te crer…

“ Estas óptimo… eu não digo que me ames… porque isso constrói-se”

Ai! Se a verdade fala-se em vez da mentira que nos esconde,

O que há de amado, seria o unido, daquilo que já fiz sem ti e a ti.

Liberto-te numa melodia,

Dou-te palavras escondidas entre uma voz louca,

E um suspiro de instrumentos suaves…

“Que raio de música parece que foi feita para nós…”

E foi mesmo,

No dia e na hora, segundamente detalhada pelo gesto que te incumbi.

“…adoro-te Toto…”

… (sorrisos) entre linhas e doces de te ouvir uma só vez, uma só voz,

Silencio-me,

Aguardo-me no escuro por saber-te perdida, por saber que estava a horas de te soltar,

Tu insistes,

Eu odeio-me,

“Fala comigo, Vitor…”

“Sinto-te defensivo…”

Sem saber bem se deveria agredir as tuas palavras com carinho,

Deixei-me levar e desenhei-te aquilo que já dura há uma eternidade,

Dei-te um pouco do meu jardim.

Devolvo-te a rosa ao qual agarro desenfriadamente,

Assanguentado de mãos já fracas,

“…quem quer desenhar uma rosa tem de arriscar os espinhos,

Senão não é digno de merecer…”

Eu arrisco…

Já rabisco nos cadernos brancos,

A tua volta, com esse sangue que me doa,

E perfila em rio, para ti em letras.

“Agora transforma o sangue numa coisa mais feliz.”

Eu tornei a água do meus olhos doce, e o toque do teu ar,

O cheiro da tua pele, o meu mar.

Tal como tu disses-te:

“foi um momento que não consigo explicar…”

Eu consigo, mas não devo.

“… mas foi um momento de intimidade talvez…

Parece que estávamos noutra dimensão…”

Não,

Estavamos bem ali,

Esse mundo que crias-te foi aquele ao qual te dei a conhecer,

Aquele que sempre falei, nos corredores de risos, e olhares tímidos.

“Foi um momento lindo… vamos ser felizes.”

Sou sempre feliz quando te vejo chegar…

Quando me tocas, seja de que maneira for.

“Vitor relaxa… sabes eu não sei porque é que aconteceu assim, senti qualquer coisa a impelir-me para ti, para te desbloquear…”

Eu sei,

Sempre soube,

Mas devo deixar, esse desbloquear so pra ti,

Esse impelir nas tuas mãos,

Porque o mesmo que foge, é o mesmo que o medo,

Eu recuo…

Tu outrora…

“Não… Podemos continuar como estávamos… ainda sinto a noite de sexta”.

Parei,

Paras-te,

Paramos,

Porque eu fugi quando te devia ter beijado,

Porque tu fugis-te quando sentis-te amada,

Porque tu pedis-te… e eu deixe-te.

Um Adeus… no fim.

Foi o que ficou por dizer…

Vitor Zarro (A tua compilação de mgs)

30 de Maio de 2010

sábado, 22 de maio de 2010

[TU]



[TU]
Pela manhâ de uma noite agreste,
Eu já sem voz, tu já sem causas,
Deitas-te a meu lado quando eu menos esperava,
...E começas a tocar a tua melodia:
"Fecha os olhos" - dizes-me,
"Diz-me quem ela é" - suspiras,
Arrastas-e as palavras para o que escondo,
Fazes magia com os meus sentimentos,
Dando por mim a fazer-te um pedido,
Ao qual tu dizes... "Sim"...
Novamente, deixas-me sem palavras,
tocas-me, aproximas-te, e eu de ti fujo, com o medo de te perder, choro.
"Fecha os os olhos"- dizes tu,
Das-me as imagens que sonho a cada segundo,
Fazes-me acreditar que não perdi nada,
Rezas no meu rosto com os teus dedos,
Os desabafos que te fiz;
Aqueces-me os pés como quem quer partilhar o seu calor,
Das-me vontade de te beijar,
Novamente, no veio do respeito deixo-me encantar no teu respirar próximo do meu,
Pergunto-te quando vou-te ver de novo,
E com o puro do teu ser, tu dizes:
"Todos os segundos,
Imagina quanto isso é até ser dia, uma vida".
A ultima lágrima eu liberto,
Já quase de dia, digo-te:
"Fecha os olhos, descansa,
Deixa-te dormir, eu ficarei bem, enquanto sonho."
Já em pleno sono teu, fico à espreita do raiar na tua pele,
Assim que ele te toca,
Percebi o quanto tu me fazes sentido,
E do porquê eu ter de te deixar partir.
És tudo o que um Homem sonha,
E nesta noite, eu sonhei, que num momento...
TU... foste minha.

22 de Maio de 2010
Vitor Zarro (retorno)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fantasmas...



Fantasmas...

Correntemente fantasmas,
em vias de luzes não vistas por alguém,
a lua me transcreve o que a noite me silencia,
num poder de eu estar aqui, sentado a olhar no escuro,
vazio agora, cheio outrora, incompleto por amanha.
Correntemente lembranças,
em todas as andanças, de um cordial passeio de um respirar Lúcido,
foste tu aguas negras, em ventos rosados,
onde te iludes no meio da estrada,
e olhas na luz intensamente cega de quem não te ama.
Correntemente ardores,
dum dito louvar de alma lavada na mesma tecla do [não eu falhei],
ao qual esperas corrompendo o que de mais brilhante há em mim, em ti,
vivendo o mundo em câmara lenta emergido na melodia de não te ver,
para onde me empurras, para não te [re]ter.
Correntemente um doce choro,
uma lágrima personificada, pela voz de uma criança,
um ser emotivo de um passado iludido, um presente passado e um futuro [sonhido],da-me o som da tua alma, eu morrerei há tua espera,seja para amanha, ou vivo para ontem...Liberta[ti] e abraça[mim]...

Vitor Zarro (@njo_poet@)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009


Em Manutenção... Serei Breve